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Memória

     O chão estava torto quando os deuses atravessaram a barreira, o espírito do homem ficou duro como pedra, os deuses em seus tempos determinados foram esquecidos, semideuses deixado para morrer e adoradores condenado pela própria religião, nem os seis sóis poderia mudar o que está feito, remexer nos caminhos dos homens, a escolha estava em seu livre e arbítrio. A primeira estrela brilhou no universo, nasceu Rayn, o menino que deve salvar o mundo dos inimigos e retomar os costumes dos deuses antigos. O escolhido que nasceu para salvar seu povo das rivalidades.

     A terra estava áspera, nada tinha mudando desde a última visita dos anciões, continuava a mesma mundana horripilante. Os astrais estavam ficando preocupados, enfraquecidos e determinados a destruir suas tradições - todas elas.

     O céu retumbou em trovoadas, um ser vestido de couraça revirando um capacete de meia parte lampejado, tocando nas árvores de uma floresta sombria nevoeiro. Seguindo a caminha de duas mulheres apoiada uma na outra acima da superfície.

     - Tlaloc - Começou uma das mulheres, desapoiando da companheira. - Pensei que não vinha mais.

     O homem deu de ombro, fazendo careta. Colocou seu capacete invocador de relâmpagos nos pedregulhos ao lago.

     - Como visto, estou aqui. - Falou Tlaloc, indignado. - Eu tive que chama-las pessoalmente para discutimos o que a mãe dos deuses está planejando fazer...

     - Coatlicue? - Perguntou Chalchiuhtlicue, a deusa das estações. - Mas o que ela planeja fazer contra nosso povo?

     - Ela deseja matar o menino, que recuperará a aliança dos povos contra os deuses... - Respondeu Centzon Huitznahua, com a voz quádrupla ao mesmo tempo. - Isso tirará dela o arco da perdição, destruindo a criação na qual ela mencionou realizar a destruição do mundo e criar novas raças.

     - Como você sabe de tudo isso? - Perguntou Tlaloc, impressionado.

     - Eu sou a deusa das estrelas - Respondeu Centzon Huitznahua. - Eu sou um conjunto dos quatro fenômenos. Não é novidade que eu saiba o que acontece no céu e na terra.

     Tlaloc revirou os olhos como isso não fosse o suficiente.

     Chalchiuhtlicue tocou em uma arvore próxima congelando tudo em seu caminho. Os outros deuses olharam para ela incrédulos.

     - De qualquer maneira, precisamos de nossos filhos agora. - Falou ela, derretendo a neve chapiscado nas árvores. - Com a destruição de nossas criações e de tudo o que a nesse mundo, provavelmente seremos os próximos a ser o alvo. Isso fazendo seus filhos primordiais os únicos existentes.

     Um trovão bombeou numa árvore onde estava apoiado o capacete de Tlaloc. Chalchiuhtlicue olhou para ele furiosa, enquanto via a árvore transformar em fuligem.

     - Nossa missão é recuperar o arco da perdição - Continuou ela ignorando os relâmpagos. - Tem como controlar a tempestade? Obrigada. Precisamos da ajuda de nossos filhos agora, principalmente agora que Rayn nasceu como tinha mencionado no livro de Bertgh.

     - Ajuda dos semideuses? - Vigorou Tlaloc, batendo em seu capacete, trombando relâmpagos nas duas primeiras árvores. - Isso nunca!

     - E qual sua ideia? - Perguntou Chalchiuhtlicue. - Desafiar a lei de Ometeotl e perdemos a imortalidade para sempre? Sabe que não podemos ir por cima dos primordiais.

     Centzon Huitznahua coçou seus longos cabelos dourados, olhando as estrelas.

     - Não há outra solução. Ah não ser da ajuda de nossos filhos. - Falou a deusa das estrelas. - Ou seremos destruídos de uma hora para outra.

     O tempo mudou: Um vento forte tomou conta da floresta, juntando as névoas que pairava na escuridão da noite.

     - Ehecatl se aproxima - Reparou Tlaloc. - Não será uma visita agradável de nós três juntos durante sua passagem.

     - Certo - Concordou Chalchiuhtlicue - Essa conversa ainda não está encerrada, o que há para discutir estar bem longe de nosso alcance.

     Tlaloc colocou seu capacete debaixo do braço, batendo a mão no parapeito.

     - Não mesmo. - Falou com voz de trovão, desmaterializando em relâmpagos.

     Centzon Huitznahua explodiu em milhares de esferas subindo no meio das névoas, fazendo uma passagem na divisão da tempestade.

     Chalchiuhtlicue olhou para os lados desconfiada, caminhando na floresta com os pés descalços, reparando um ser aparecendo entre as névoas, com uma lança de duas pontas triangular. Ela girou o corpo transformando-se em pétalas de rosas na escuridão, voando para cima do homem que andava segurança sua lança, usando uma armadura camuflada como se estivesse determinado a dissipar no meio do caminho, cambaleava seus longos cabelos branco, que flutuava durante a passagem. A cada passo que dava na floresta o vento ficava mais forte, mais potente, derrubando árvores e destruindo tudo em seu caminho. Desmaterializando as pétalas de rosas em sua frente.

( Continuação no primeiro capítulo...)

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