
Pressão
Parecia uma sexta feira, era noite e acabamos de transportar em um... Difícil de distinguir o que exatamente era comparado ao primeiro transporte, mas parecia tudo negro e sombrio, talvez a morte tivesse consumido toda a área de onde estavam, e a nova colega de viajem olhava para Rayn com êxito, era excitante, fazia a respiração dele parar e ao mesmo tempo paralisar como estátua. Sarah parou em um ponto de ônibus onde colocou as mochilas na porta mala, era esquisito aquele motorista com máscara de segundo grau, fazia a ronda na rodovia 15 e parava no meio de um lago negro, não tinha conhecimento onde estavam, mas dava para ver uma placa que dizia: Novo México, 300 quilômetro.
Uau, novo México? Pensou Rayn admirado, pois nunca tinha ido tão longe de sua cidade, por fora ao acampamento com aquelas bancas mortes de graça.
O admirável era estátua do governador, porém também assustador, ambos dois lados tinham anjos apontando para eles, era ridículo aquela arquitetura, mas Sarah admirava todas elas. Do tipo: Chegamos perto, parece um parque temático, isso e aquilo são dos deuses.
Foram mais longe e pararam em uma estação de metrô, perto de um shopping center. Por sinal estava vazio, e também estranho para uma área que deveria estar no mínimo... Sei lá, dezenas de pessoas? O mais esquisito foi a mulher que passou perto deles, ela parecia ter uma orelha de elfo, maior que o do elefante, fiquei de boquiaberta com aquilo, mas deduzi que seria a minha dislexia entrando em ação.
Nadiah era a única que não parecia surpresa com o que via, afinal... Era filha da deusa do sexo, isso indicava, moda. Ela falava todo instante de suas aventuras eróticas que eram um pouco desnecessário, as vezes Sarah tinha que a interrompes para que não passasse dos limites, mas mesmo assim continuava a falar.
Entramos na loja de roupas baratas. Baratas? Era o olho da cara, afinal, um shopping nunca é algo barato. Vi aqueles garotos bobocas filhinhos do papai, crianças chorando para querer isso e aquilo e mulheres desfilando com seu traje mela barbada. Tiveram que tirar em segurança as roupas e coloca-la na mochila, porém pagaram sem ser vistos.
Quando estamos prestes a sair, a mesma senhora que vimos com a orelha de elfo entrou na loja, era nos olhou perplexa, como se nós fôssemos assassinos.
E acredite, quando ela pegou o celular, pensei que iria ligar para a polícia. Deduziu Rayn.
Algo mais estranho aconteceu, ela jogou o celular no ar e estalou os dedos nos mínimos segundos. O celular se alongou e transformou em uma espada de dois gumes, mais parecida com uma lança na verdade, mas ainda sim, Sarah me puxou pela mochila e pôs de pé nos cabines presos nos cardumes.
- Quem é ela? - Perguntou Rayn.
Sarah ignorou a pergunta e o atingiu com uma poção de pano rasgado.
- Amarre isso nos cardumes. - Ordenou ela.
Nadiah revirou os olhos, entendendo a situação.
- Você não acha que aquela... - Ela se virou para a velha e se surpreendeu.
A velha estava a metro de distância, no outro lado do parapeito do primeiro andar de olhos arregalados. Suas mãos pareciam patas de longas distâncias e de vez em dentes eram caninos.
- O que é aquilo? - A voz de Rayn saiu dificultoso.
- Não sei - Admitiu Sarah. - Mas aquilo não é nada amigável.
A velha começou a avançar em direção deles, com a espada em riste. A cada passo um sorriso maquiavélico, um pouco assustador, ou bastante.
Agora seu corpo começou a se inclinar para frente e seu tamanho era incrivelmente alto.
- Uma Manticore. - Disse Sarah. - Corram!
Quando começaram a correr o manticore já tinha avançado. Era mais rápido do que eles, continha uma longa calda azulada - cinco metros -, era a terrível criatura que matou os Asteca séculos passado... Como era o nome do herói que matou a criatura? Ah sim, Tinthly, matou-o com sua lança de bronze (era uma arma rara da antiguidade).
Nadiah gritava Feito louca, era escondia as unhas como se estivesse pego algo importante, mas estava protegendo-as para não quebra-las (Típico).
- O que faremos? - Perguntou Rayn.
Sarah estava amarrando os panos nos cardumes.
- Ajuda seria o suficiente? - Ela lançou um olhar de: Ajude mais e fale menos.
Certo... Pensou ele. Se não temos a lança de bronze, o que custa tentar o plano de sei lá o que de Sarah.
Rayn atirou Nadiah para trás das roupas masculinas, ela fez careta e depois desapareceu nas sombras dos cabides. Ao terminar de amarrar os panos, Sarah pegou seu arco e flecha detrás das costas e atirou no manticore, mas ele era rápido e ágil. Algo inesperado aconteceu, a flecha veio contra ela, e quase acertou no braço esquerdo... Rayn correu para o mais próximo da criatura. Pensou na espada e dessa vez deu certo, ela apareceu junto em pólvoras como fizera antes.
Sarah espalhou os panos amarrados que sobraram no chão, dei um salto sobre os pequenos parapeitos e atingiu-se contra o manticore. Rayn investiu a espada no braço da criatura, fazendo escorrer um líquido esverdeado.
Aaaaaah! O manticore ecoou um som agudo que fez os ouvidos de Rayn zunirem.
- Essa criatura estar pedindo morte... - Disse Rayn.
Sarah mordeu os lábios como se a ideia fosse o óbvio desde o início. Mas manteve o foco na criatura que se jogava a toda velocidade.
Sarah apontou para um pano pendurado ao lado da criatura, e fez sim com a cabeça. Ele entendeu o plano. Ela atacou a criatura com o arco ao lado, felizmente a criatura tombou para o lado e caiu de cabeça. Rayn rapidamente correu e puxou o pano solto, então os panos foram se comprimindo até deixar a criatura presa pendurada nos cardumes.
- Uma ótima ideia, saquei. - Falou Rayn.
Ela revirou os olhos, como se já tivesse feito isso várias vezes.
- E agora? - Perguntou ele. - O que faremos?
Ela procurou algo ao seu redor e viu uma pedra de enfeito perto da manequim de vestia uma jaqueta vermelha e uma saia caríssima, até mesmo a rainha Elizabeth II iria debochar com aquele preço.
- Isso serve. - Ela riscou as duas pedras entre as roupas, produzindo faíscas que queimaram as roupas abaixo do manticore.
Aaaaaah! Gritava a criatura tentando se libertar da armadilha. E cada vez que se sacudia, um pequeno rasgo produzia no tecido.
- Esse já era... - Disse Nadiah saindo dentro das roupas. - Meu herói. - E se atirou nos braços de Rayn.
Sarah cruzou os braços com a expressão severa. Estava presta a atirar Nadiah do primeiro andar abaixo, mas enquanto a criatura virava cinzas, ela saiu da loja com a mochila cheia de roupas. E pouco tempo Rayn e Nadiah a seguiram para fora da loja que estava pegando fogo. Os bombeiros chegaram quando estava na portaria, apagando as chamas e retirando todos no shopping, apesar que o local estava quase vazio.
Por segurança do estabelecimento, todos devem sair do shopping imediatamente. Disse um helofonte.
Quando colocaram a cabeça para ver se o Manticore ainda estava vivo, algo surpreendeu ainda mais os três. No chão a esquerda do balcão, estava uma pedra branca com símbolos vermelhos - o terceiro pedaço do calendário.
- Olhe, ali... - Mostrei a Sarah que já tinha entrado na loja para pegar o objeto.
Quando pegou o calendário, um brilho cresceu no objeto. Rayn e Nadiah correram para segurar o objeto para serem teletransportados. Uma camada de vapor líquido prendeu nossa respiração e nos levou para uma poça de água com lama encardida.
Nadiah disse:
- Fala sério...
( Continuação no próximo capítulo... )