top of page

Surpresas

     Foi difícil de não admirar o dia nessa manhã, o mundo dos mortais pareciam em perfeitas condições, tirando pelo fato de Rayh ter arrancado a peruca da velha senhora na cafeteria longe da cidade - pensava que a pobre senhora era um monstro como os Strigoi que atacou no Novo México. Sarah não parava de sorrir lembrando do que aconteceu.

     Eles estavam na Chapultepec de frente ao monumento da pátria - com seis pilares que decorava anjos negros, uma estátua de duas pessoas ao centro de três cada pilares, uma parecia segurar o véu do grandalhão em seu lado. Atrás do altar estava erguido um grande castelo medieval, sua estrutura era sólida e pouco escura, os raios solares penetravam com os tijolos que iluminava seu jardim, na frente do caminho até o castelo estava escrito: Castelo de Chapultepec. Algumas letras pareciam apagadas, como se algum baderneiro faiscasse aquela placa com estilete.

     Olhamos em volta e a rua não parecia movimentada, no outro lado da esquina vimos um homem alto e forte, usava camiseta social com alguns detalhes com símbolos Astecas? Não dera para ver todos os símbolos por estar coberto pela jaqueta jeans sem alças. A calça era jeans e sem bolço, seus pés estavam nus, mas parecia que ele não pisava no chão. Rayh olhou bem para os pés do homem que não dera para ver com auras cobrindo seu contorno, ele desviou o olhar para Sarah assustado.

     - Aquele homem de jaqueta jeans - Apontou Rayh para o homem. - Há tempo que olha para nós.

     Sarah se ladeou para ver qual homem Rayh estava falando e não viu homem algum, somente boletins e jornais voando pela estrada.

     - Não há homem nenhum ali Rayh. - Ela franziu a sobrancelha.

     Ele se virou para ver o homem novamente e infelizmente ele não estava lá, realmente, estava vazia e somente jornais voando de um lado pata o outro.

     - Mas havia alguém lá, eu juro... - Tentou convencer que não era loucura, isso complicaria bastante seu momento de fuga.

     - Bem, talvez seja a dislexia, todos os semideuses tem dislexia Rayh. - Interrompeu Sarah.

     Ela puxou Rayh imediatamente, ele não parava de olhar para onde o homem estava, talvez ela tenha razão... Na maioria dos casos os semideuses podem ver coisas que não são reais e outras...

     - Bom dia comerciantes. - Falou alguém por trás deles

     Rayh foi o primeiro a dar um salto de susto, Sarah não se assustou muito, mas pareceu insatisfeita pela presença do homem no de repente.

     - Olhe é esse homem... - Avisou Rayh, assentindo com a cabeça.

     O homem revirou os olhos como se estivesse preocupado com outras coisas.

     - Só dois? - Perguntou ele. - Grande coragem para essa missão.

     - Missão? - Perguntou Rayh. - Mas que missão?

     O homem olhou para Sarah incrédulo, parecia conversar em pensamentos.

     - Rayh, eu esperava lhe contar no momento certo. - Sarah se virou um pouco encolhida.

     - Momento certo? - Perguntou. - O que vocês dois quer dizer com missão e momento certo?

     O homem se desmaterializou na frente dele e reapareceu novamente atrás de Sarah sussurrando em seu ouvido.

     - Certo - Assentiu ela. - Rayh o que acha de irmos a um lugar reservado?

     Ele não conseguiu pensar em nada, seus olhos ardiam de tanto fraquejar e aquela conversa estava ficando inquietante até demais.

     - Não até me dizer sobre o que vocês dois estão falando. - Negou ele com a cabeça, cruzando os braços e encostando no poste mais próximo que encontrou.

     O deus suspirou frio, bateu seu palmo contra o poste onde Rayh estava apoiado e pediu para que Sarah persistisse de ir a um lugar reservado.

     Se não fosse pela curiosidade Rayh não teria ido tão fácil, mas aquilo fez mexer sua cabeça deixando desconfortável. E se fosse algo relacionado a morte? Rayh pensou nesse assunto e provavelmente não aceitaria esse tipo de coisa, fugiu de um acampamento na qual sempre quis se abrigar, desde do momento em que pisou naquele lugar, mas pelas atividades serem mortais preferiu sair por obrigação própria... Bem, não exatamente já que Sarah lhe acompanhou, isso devia ser a única vantagem de deixa-lo vivo e não só pensou que ela protegê-lo-ia dos monstro como ele a ela, resumindo tudo: Um belo casal defendendo um ao outro.

     Era difícil de escolher a cadeira mais próxima da janela já que todas estavam ocupadas, mas o homem encarou um casal no fundo do restaurante e os dispensou como se pudesse hipnotizar facilmente. Rayh achou bastante legal e impressionante, ele encontrou a posição certa se preparando para uma bomba atômica.

     - Rayh esse é o deus Yacatecutli - Apresentou Sarah o homem. - Ele é o deus do comércio e comerciantes...

     Yacatecutli acenou mostrando seus dentes brancos perfeitos.

     - Há uma grande profecia em que os Astecas receberam da Lira de Ometeotl nas eras antigas que um semideus retornaria os velhos hábitos. Antes dos imperadores advertir uma lei sobre nosso povo, não havia mortes e prantos, mas depois que a lira foi roubada os imperadores ficaram revoltados e rezaram a deusa da fertilidade Coatlicue.

     Yacatecutli ergueu a mão interrompendo sua explicação.

     - Na verdade minha querida - Dirigiu-se o deus. - Coatlicue só tem o símbolo da fertilidade pelos imperadores confiarem nela, pensavam que ela estava ajudando a conquistar o império Asteca, mas na verdade a deusa mãe estava preparando outros exército para invadir o país de Tenochtitlán, no que deu certo. O império Asteca foi derrotado pelos espanhóis, e... - O deus parou constrangido, olhava para os carros passando como se estivesse preparado á explodir os automóveis todos os dias. - Uma terrível derrota eu admito, mas a questão é que a deusa mãe está querendo formar um nova linhagem de deuses e homens, se isso acontecer será o fim para todos nós...

     Rayh se inclinou com olhares de pânico.

     - Mas e se os deuses morrer, não afeta a civilização certo?

     O deus fez não com a cabeça desapontado.

     - Toda a civilização desaparecerá assim como os mortais - Respondeu o deus. - Coatlicue retomaria o poder sobre o mundo e faria uma nova era dos deuses.

     Sarah assentiu de cabeça baixa.

     Rayh olhou para ela nervoso, estava irritado com tudo isso - principalmente com os deuses que colocaram nessa emboscada, ele preferiu ser normal como os mortal, um jovem que arriscaria sem depender de sobrenaturais, deuses, monstros e etc... Ele quis correr o mais distante possível daquele restaurante para se livrar de Sarah e o deus comerciante, mas infelizmente não podia fazer isso, não depois de ouvir aquela historia, se seguisse seu próprio destino talvez acabaria em morte e o mundo cairia nos pés da deusa Coatli... Alguma coisa.

     - Você sabia de tudo? - Perguntou Rayn para Sarah. - E não me contou nada?

     Ela se sentiu ameaçada pôr aquelas palavras. Ela fez que sim com a cabeça ainda de cabeça baixa.

     O deus Yacatecutli não pareceu arrependido por ter contado aquelas coisas, pelo ao contrário, sorria como uma diversão do ano, acariciava seu lindo rosto surpreso.

     - E se eu não realizar essa maldita missão? - Perguntou ele.

     - Como já tinha dito, o mundo seria destruído e Coatlicue tomaria o poder sobre nós.

     - Que escolha eu tenho? - Perguntou novamente.

     - Nenhuma! - Respondeu o deus com firmeza.

     Ótimo, falou Rayh em seus pensamentos. Eu tentando me livrar da morte e me aparece essa agora.

     O deus sorriu com desdém.

     - Não se assuste semideus, você carrega um talento que até você mesmo se surpreenderia.

     Sarah levantou a cabeça um pouco envergonhada, ela não olhou diretamente para Rayh, somente do pescoço para baixo.

     - E o senhor tem alguma ideia de onde está a lira de Ometeotl? - Perguntou ela.

     O deus balançou a cabeça com tristeza.

     - Se soubéssemos, não arriscaria uma criança de catorze anos á trilhar um caminho tão perigoso, certo?

     - Certo, mas não há nada que possa nos ajudar? - Persistiu ela. Era uma das suas melhores habilidade: Persistir.

     O deus mordeu os lábios.

     - Tudo bem, eu acho que tenho alguma coisa para ajudar vocês nessa missão. - O deus vasculhou o bolço dentro da jaqueta jeans, parecia pesada demais para ser carregada nos ombros. - Isto. - Mostrou ele um mapa horizontal com cinco pontas. - Isto lhes mostrará os cinco sóis onde existe uma porta em cada cidade marcada por esse ponto vermelho. - Ele mostrou o ponto vermelho que era exatamente um rosto dando língua? - Vão lhes mostrar a entrada dos deuses em cada mundo, para vocês retornarem com segurança vão ter que encontrar um pedaço desses pontos localizadores no mapa.

     Rayh olhou bem para o ponto, em torno dele havia símbolos e ele entendia cada palavra que estava escrito arredor do desenho, como se aquela letra fosse seu real idioma.

     - O último é o quinto sol, o reino de Mictlantecutli e Mictlancihuatl...

     - O inferno. - Completou Sarah.

     O deus fez que sim com a cabeça fazendo careta.

     - O quê? - Indignou-se Rayh. - Você quer que eu entre no inferno?

     Yacatecutli sorriu malicioso.

     - Eu tenho uma coisa para você mandado por seu pai, Rayh. - Tencionou o deus até Rayh, remexendo na jaqueta novamente, tirando um tipo de espada com várias clava achatada que sobressaíam várias lâminas de obsidiana, o punho era deslizado, um tamanho exato para comprar contra monstros.

     A espada se equilibrou na mão de Rayh perfeitamente, ele se abrigou como se a arma fosse o membro da família.

     - A espada se chama Macuahuitl - Explicou o deus. - Mais conhecida pelos Astecas como, Espada de madeira, embora essa foi a última arma produzida pelo seu pai nos tempos antigos, de tantas armas essa é a mais que chama atenção dos deuses, principalmente quando o assunto é destroçar o adversário.

     - Se ela é de madeira, pode se quebrar facilmente?

     - Não - Respondeu Yacatecutli. - As armas produzida pelos deuses não se quebram com facilidade, somente um ser de grande brutamontes seria capaz de quebrar algo astral.

     - Ou seja, algo mais poderoso que o próprio deus que forjou a arma. - Traduziu Sarah.

     - Exato!

     Ele olhou para a espada com radiação, ela pareceu o peso mínimo do que imaginava, pelo seu tamanho e projeção enganava qualquer pessoa, mas percebeu que ela somente corresponde suas ações e qualquer lugar que esteja apoiada ou algo segurando, simplesmente quebrava pela tamanha força da arma. Rayh dobrou ela até a mesa mostrando para Sarah os detalhes no pico da lâmina, mas a arma se desmaterializou em pólvoras - parecia areia caindo na mão dele - se arrastando pelo chão e depois sumindo no ar. Rayh olhou para Yacatecutli ofegante.

     O deus cedeu um sorriso forçado.

     - Não se preocupe criança, a espada corresponde o seu chamado de emergência, caso precise em algum momento aparecerá novamente, no caso de não precisa-la ela sempre desmaterializará e assim constantemente.

     - E como faço para convoca-la novamente?

     Rayh olhava para o chão procurando rastros da espada, Sarah também estava tentando procurar a pólvora que caiu na mão de Rayh. Quando ele se posicionou na direção em sua cadeira Yacatecutli não estava mais lá sentado, ele havia desaparecido, Sarah se lamentou por não ter a resposta, a única coisa que ouvira foi: Não se preocupe criança, a espada corresponde o seu chamado de emergência. Que não foi de grande ajuda para descobrir como.

     Rayh ainda lembrava da feição do deus, seus olhos azul-cristal, rosto liso e pardo, cabelo encaracolado que parecia no tempo de Michael Jackson dos anos oitenta e suas aconselháveis palavras de mercador. Sarah se levantou da cadeira olhando em volta.

     - Precisamos ir - Avisou ela. - Não devemos confiar muito nas pessoas, alguns monstros podem se passar por algo mortal.

     Aquele aviso fez o seu estômago embrulhar e os olhos visualizar seu contorno, qualquer coisa convocaria a espada no imediato, não sabe como iria fazer isso, mas esperou um momento para descobrir como.

     Os dois saíram do restaurante corados. Atravessaram a rua próxima e partiram para a parada de ônibus. Depois que conseguiu pegar um o ônibus levou para o sul do México como o mapa tinha informado com a carinha dando língua, mas acima do desenho estava escrito: Calendário Solar. A cor vermelha brilhava na íris de Rayh, ele olhava para cada calendário que direcionava a cada sóis, os cinco mundo Asteca que continha cada pedaço do calendário, ou como o deus Yacatecutli dissera: Ficarão presos no inferno com um deus e uma deusa má que só pensa em matar humanos e semideuses Astecas.

( Continuação no próximo capítulo... )

bottom of page