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Lágrimas

     O sol quente que batia em meu rosto, brilhava intensamente.

     Rayn estava deitado no gramado em um parque no México, na avenida Michoacán, ao sul da estação central de Emy Outlet Store. A sua espera pelos colegas de classe foram breves, uma das garotas bateu em seu ombro chamando-lhe atenção.

     - Venha Rayn - Murmurou a garota, olhando os dois lados. - Antes que a professora saiba que não estamos no grupo.

     Rayn se levantou do gramado confortável, sentiu saudades pelas brisas tocando seus curtos cabelos enegrecidos, rabiscado com lama e capim. Não foi nada agradável quando a professora Marta observou-o desgostosa.

     - Será que eu tenho que repetir outra vez? - Perguntou Marta, batendo os palmares. - Ou prefere andar com a bota da sedução?

     Os garotas que olhavam para ele, zombaram em silêncio. Rayn balançou a cabeça trêmula.

     - Não senhora - Respondeu com dificuldade. - Estou bem atrás do grupo.

     A professora voltou a seu posto olhando-o friamente, caminhando para a frente dos alunos seguinte.

     - Muito bem - Hesitou ela, na posição de sentido. - Não temos muito tempo até chegar no lago de los patos, venham comigo.

     Ela andou marchando com os alunos seguindo-a, empurrando e xingando todos aqueles que entravam no seu caminho - funcionários e visitantes - e sempre dava em discussão, mas a professora Marta os ignoravam como se nada estivesse acontecido.

     O lago não era grande coisa, como o nome do lugar já estava bem óbvio: O lago dos patos. Parecia vazia, não tinha patos, Rayn achou bem irônico para um lugar ser chamado de algo que não havia o significado. A expressão dos visitantes eram rústicas, os funcionários do parque batiam na grade divisória como se algo estivesse preso havia séculos. Os alunos da Academia de Los mutly zombavam da posição que a professora Marta estava na grade - quase do outro lado, que fez os funcionário reclamarem imediatamente.

     - Olhem - Apontou Rayn para o horizonte do lago. - Patos!

     Na verdade não era só patos, havia gansos e cisne saindo detrás de uma fonte gigantesca que jorrava águas cristalizadas por todo lado. Os alunos da academia aplaudiram satisfeitos, assustando a professora Marta que quase caiu dentro da divisória.

     -... Minha senhora, poderia sair de cima do divisor? - Reclamou um funcionário, batendo o cabo da vassoura na grade.

     Ela desceu indignada olhando os funcionários, resmungando enquanto os visitantes atiravam grão de arroz nos bichos que saíam por trás da fonte.

     - Lindos patos. - Falou uma das garotas.

     - Sim, são lindos. - Concordou a segunda garota.

     Rayn olhavam com muita atenção, percebendo algo surgir dentro da água fazendo redemoinhos. Ele olhou para os alunos que estavam felizes pelos patos comerem os grão, reparou os visitantes aplaudindo e dando vivas para os cisnes que voavam em torno da fonte. Ninguém pareceu perceber aquela coisa surgindo, nem mesmo os funcionários e a professora Marta que cutucava os bichos como se fossem uma vaca.

     De repente o redemoinho foi girando com mais intensidade, surgindo uma criatura com asas planada no centro do furacão. Rayn caiu no chão espantado, correndo até as árvores enquanto a criatura o seguia sem ser notado pela companhia dos demais.

     Rayn se escondeu na primeira árvore que vira, tentando despistar a criatura. Olhou para a direita e esquerda certificando que nada estava lhe observando. Ele escutou um barulho de passos vindo em sua direção, o batimento do coração ficou acelerado, dificultando a respiração, grudado com os dois braços na enorme árvore.

     Ele se virou para ver quem estava seguindo-o, ninguém andando na direção da árvore. Quando se virou deu de cara com a professora Marta segurando uma régua batendo no palmo com exagero.

     - Ótimo, agora venha comigo. - Falou ela, segurando a orelha de Rayn enquanto levava entre os outros. - Muito bem, parece que nosso coleguinha irá vestir a bota de sedução, alguém deseja revoga-lo?

     Ninguém acenou, nem mesmo deu o sinal de revogar para que não usasse a bota da sedução. Somente uma pessoa levantou a mão envergonhada.

     - Eu professora. - Falou a garota morena, de uniforme colegial cinzento.

     - Então você Sarah, usará a bota em vez de Rayn. - Direcionou Marta o pontuador até Sarah.

     Rayn não entendia porque sempre que fazia algo de errado Sarah cumpria a sentença da punição que a professora Marta lhe ordenara, sendo pesadas e leves, para ela não importava, sempre aceitava sem desordem e desrespeito.

     - Obrigado novamente, eu acho. - Agradeceu Rayn, tímido.

     Ela olhou para ele usando aquelas horrendas botas com satisfação, como se aquilo fosse um brincadeirinha da sala de aula.

     - Como se sente Sarah... - Começou uma garota de cabelos louros, andando em grupos com suas amigas. - Usando a bota da sedução ao invés de Rayn? Muita coragem para uma garota de catorze anos.

     As outras riram apontando para Sarah, fazendo Rayn se indignar com todas elas.

     - Deixe-a em paz, suas hipócritas. - Repreendeu ele, fuzilando-as como vermes.

     Por um milagre as garotas se afastaram de Rayn surpresas, demonstrando pânico nas palavras.

     Rayn e Sarah trocaram olhares desconfortantes, perguntando-os o que fez as garotas mais populares da academia obedecer um garoto tímido que sofria bullying todos os dias, deve ser um milagre, mas Rayn não acredita em milagres e nem da boa sorte.

     Quando todos entraram no ônibus e deram partida, Rayn olhava para cima na intenção de não encontrar aquela criatura novamente, Sarah estava sentada em seu lado com os outros alunos tirando sarro de sua cara, mas ela não ligava para isso, talvez já acostumada de levar punição e se sentir a inútil da sala ou até mesmo de toda a academia não foi algo tão humilhante, principalmente usar aquelas botas velhas durante... A professora Marta contava seus próprios minutos se aproveitando para dialongar o castigo, nada humilhante certo? Sarah parecia uma garota diferente na qual Rayn tinha interesse de saber seus segredos - não tão fortes, mas um pouco de cada coisa - sua vida parece intrigante.

     - Eu quero uma fila indiana - Gritou a professora Marta, exagerada. - Vamos rápidos seus molengas!

     Todos saírem num só tumulto, Rayn não teve a pressa de correr junto aos outros, saiu com Sarah de mãos dadas olhando o sítio no longo caminho da cidade grande e dessa vez ele jurou que viu alguém acenando para ele no topo do coqueiro falando alguma coisa em língua diferente.

( Continuação no próximo capítulo... )

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